Museu
Luiz Lustosa
Bem-vindos ao Museu Luiz Lustosa
Organizado pela área de Odontologia Legal da USP - Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, este museu é uma homenagem ao Professor Luiz Lustosa da Silva. Conhecido como o "pai" da Odontologia Legal no Brasil, Lustosa nasceu em 4 de setembro de 1897 - data reconhecida pela ABOL (Associação Brasileira de Ética e Odontologia Legal) como o Dia do Odontolegista, e sua obra mais significativa, Odontologia Legal, foi publicada em 1924. Assim, neste ano de 2024, comemoramos os 100 anos de sua contribuição inestimável à ciência e à prática da odontologia legal. Explore e aproveite o resumo de cada uma de suas obras que compõem o nosso acervo aqui apresentadas! E viva a Odontologia Legal brasileira!
Coordenação: Prof. Dr. Ricardo Henrique Alves da Silva. Colaboração: Ana Elisa Martins Parreira Chaves; Beatriz Alves Furtado; Clarice de Araújo Oliveira; Gabriel Fernandes Arantes Parreira Chaves; Isabela dos Santos Moreira; Maria Clara Panciera; Mirela Cristina da Silva; Nathalia Araujo da Silva; Paulo Henrique Viana Pinto
“Se não és odontolegista,
não entres aqui”.
A frase acima foi de uma citação de Lustosa ao Mestre Mezema em uma de suas obras. O Professor Luiz Lustosa da Silva conceituou a Odontologia Legal como uma especialidade que disponibiliza todos os conhecimentos odontológicos a serviço do Direito e da Justiça. Se tornou uma figura importante em nível nacional e internacional, com excepcional atuação em diversas áreas da especialidade. Por meio da publicação do seu livro, no ano de 1924, é reconhecido como o “Pai da Odontologia Legal” no Brasil, por ser o primeiro a usar o termo “Odontologia Legal”. Lustosa participou de casos famosos, tanto em âmbito internacional - "Desconhecido de Collegno" e nacional - "Reconstrução facial do Padre Feijó". E, se você deseja conhecer mais sobre o Lustosa, viaje pelo mundo odontolegal neste acervo de obras!
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Obras do autor
Navegue com facildiade pelas obras do Lustosa!

Identificação Médico-Legal pelo Exame dos Dentes (1922)
Embora o livro "Odontologia Legal" seja o mais famoso do autor, esta obra merece destaque especial. O livro "Identificação Médico-Legal pelo Exame dos Dentes" pode ser considerado um precursor do que viria em 1924 com o lançamento da principal obra de Lustosa. Com diversas tabelas e mais de 83 figuras, o livro aborda temas como embriogênese, estimativa de idade pelos dentes, determinação do sexo pelo peso da mandíbula (80g homem e 63g mulher) e pelo formato do palato (parabólica e pouco elíptica mais frequentes em homens), além da estimativa de "raça" pelos ângulos faciais, anomalias dentárias, triângulo de Bonwill, entre outros. Os assuntos são organizados em um índice detalhado ao longo das 131 páginas do livro: sexo (pg. 19), idade (pg. 23), raça (pg. 38), profissão (pg. 61), crime (pg. 63), odontometria (pg. 71), e anomalias dentárias (pg. 123).
Curiosidade: o autor cita a importância de peritos na Europa para a determinação da idade de crianças que seriam admitidas nas fábricas, e afirma que havia um corpo de peritos no qual figurava o Dr. Saunders, autor da obra “The teeth a test of age”. Obs.: a idade mínima para poder trabalhar era menor do que hoje em dia.

Odontologia Legal (1924)
Esta é, sem dúvida, a obra mais significativa e conhecida de Luiz Lustosa. Na FORP-USP, existem dois volumes, sendo que um está em excelente estado de conservação. Nas primeiras 117 páginas, no capítulo "Odontologia Legal", Lustosa aborda fundamentos essenciais, como pontos craniométricos, antropometria, embriogênese, dentição decídua e permanente, e anatomia dental.
Com quase 300 páginas, o índice da obra apresenta capítulos como: Odontometria (pág. 118), Anomalias (pág. 172), Raça (pág. 185), Sexo (pág. 208), Idade (pág. 214), Crime (pág. 214), Profissão (pág. 268), Identificação pelo sistema dentário (pág. 272) e o capítulo final, "A Medicina Legal e a contribuição da Odontologia" (pág. 287).
Nesse capítulo final, Lustosa menciona a identificação do deputado socialista Giacomo Matteotti pelo dente de ouro em 1920 e pelas obturações feitas dois anos depois. Impressionante pensar que o autor já explorava esses temas em uma obra centenária!

Ligeiros Estudos (1924)
Hygiene e cuidados bucco-dentarios
E no mesmo ano de sua publicação mais importante, Luiz lançou, também, uma obra intitulada “Ligeiros estudos: Hygiene e cuidados bucco-dentarios”. Nesta obra o autor discute diversos assuntos relativos à intercecção entre a Medicina e a Odontologia e sobre higiene oral. O índice da obra era divida nos seguinte scapítulos: A Saliva (pág. 4), Abonae os vossos filhos em... (pág. 8), O systema bucco-dentario e sua influencia sobre o estado geral (pág. 15), O estado geral e sua influencia sobre o systema bucco-dentario (pág. 20), "Do beijo à morte (pág. 24), Prosopalgia (pág. 28), Irritações gengivo-dentarias e o tecido cutâneo (pág. 34), A gangrena (pág. 38), A dentição infantil e os seus efeitos (pág. 43), a Odontologia como sciencia (pág. 48) e, por fim, A chupeta como um dos factores das alterações mentaes (pág. 57).

Fichário de Identificação Odontolegal (1935)
Methodo Luiz Silva
Esta obra apresenta o "Systema Luiz Silva", um método exclusivo para organizar fichários de identificação odonto-legal, desenvolvido especificamente para perícias comparativas e buscas no serviço de Identificação de São Paulo, na seção de Odontologia Legal. O sistema usa dupla contagem, da direita para a esquerda, considerando apenas os seis dentes anteriores superiores e inferiores (de canino a canino). A primeira contagem classifica os dentes como contáveis (com qualquer alteração) ou não contáveis (íntegros) e usa as numerações “normais” de 1 a 3 (incisivo central a canino) para cada quadrante. A segunda contagem refere-se à “dentada” com uma numeração corrida entre canino direito a canino esquerdo, de 1 a 6.


Um ladrão identificado pela Odontología-Legal (1936)
Laudo de Pericia Odontologica
O livro "Um Ladrão Identificado pela Odontologia Legal", publicado pelo professor Luiz Lustosa em 1937, refente a um laudo confeccionado em 1936, é um estudo de caso que ilustra a aplicação da odontologia legal na identificação de um criminoso, onde um pedaço de mortadela que esteve em contato direto com os dentes do suspeito desempenhou um papel crucial na investigação do caso.
A análise do alimento permitiu aos peritos comparar as marcas deixadas na mortadela com as características dentárias do suspeito. Lustosa explicou como as marcas de mordida nos alimentos podem ser comparadas com os registros odontológicos disponíveis, o trabalho ajudou a demonstrar eficácia e a importância da odontologia legal na resolução de crimes.

Identificação de um desconhecido, pelo exame odonto-legal do esqueleto (1937)
Laudo de Pericia Odontologica
Lançada no mesmo ano que a obra "O Desconhecido de Collegno", Lustosa apresenta um laudo de perícia antropológica de sua autoria. Ele relata que recebeu, no Serviço de Identificação, uma requisição do delegado Dr. Durval Villalva solicitando a determinação do sexo, idade, raça e, se possível, a causa de uma perfuração localizada no lado esquerdo do maxilar inferior (mandíbula) do crânio enviado para exame odontolegal. O perito concluiu que o crânio pertencia a um indivíduo entre 30 e 40 anos de idade, do sexo masculino e da "raça branca". Além disso, ele afirma que a perfuração localizada no lado esquerdo do maxilar inferior se tratava, na verdade, de um processo patológico conhecido como osteomielite.
Segundo uma "NOTA" no final da obra, Lustosa afirma que, após esse laudo, a autoridade policial foi capaz de, "em curtíssimo prazo de tempo", estabelecer a identidade do indivíduo. Ele ainda relata que a autoridade policial lhe informou posteriormente que todas as informações do laudo antropológico coincidiam com a suposta vítima identificada.

O Desconhecido de Collegno (1937)
O livro intitulado “Odontologia Legal: Exame pericial odonto-legal dos perfis craneo-faciais do Desconhecido de Collegno e de Mario Bruneri” foi publicado em 1937, e relata um caso com base em um laudo emitido pelo autor em 1934. Na obra, o autor descreve como estabeleceu a identificação positiva do Desconhecido de Collegno como Giulio Canella, contradizendo a afirmação da Polícia Italiana de que seria Mario Bruneri. Lustoza chegou a essa conclusão após analisar, entre outros aspectos, medidas faciais prosopográficas, o perfil craniano de ambos e a morfologia das orelhas.

Investigação de Paternidade
Identificação, por meio dos caracteres hereditarios dos maxillares, de duas creanças, trocadas em uma maternidade da Allemanha (1937)
O livro relata um caso intrigante ocorrido em uma maternidade na Alemanha em 1919. O caso envolve a troca de duas crianças recém-nascidas: José B. e Willi D.
Uma das mães alegou que seu filho havia sido trocado, pois o conhecia desde o nascimento. A maternidade, no entanto, negou a possibilidade de troca. A obra descreve os métodos e técnicas utilizados na investigação para resolver o caso.
Nas páginas 366 a 368, Lustosa inclui documentos da época, como um jornal que mostra as duas famílias envolvidas, além de fotos dos modelos de gesso das arcadas dentárias das crianças e de seus familiares. A conclusão, apresentada na página 369, confirma que as crianças realmente foram trocadas.

Odontologia-Legal e Esthetica-Facial (1937)
Caso Tania Mara
O livro "Odontologia Legal e Estética-Facial (Caso Tânia Mara)" de 1937, é uma obra que para o autor também foi uma surpresa, pois a odontologia foi consultada para tratar de uma atuação médica, uma cirurgia plástica no nariz. Além disso a obra borda a diferença entre estética (objetiva) e beleza (subjetiva).
Luiz Lustosa realiza uma análise detalhada do erro médico em um caso de cirurgia plástica na região sub-nasio (segundo o autor) envolvendo uma mulher chamada Tânia Mara.
Em um primeiro momento a comparação foi realizada comparando uma freira e Tania Mara, através dode 6 pontos: 1) Nasio, 2) Dorso do nariz, 3) Sub-septo, 4) Naso-labial, 5) Labios e 6) Queixo. Apenas o dorso do nariz era compatível.
Depois disso o autor segue realizando diversas comparações através de fotos reais de Tânia Mara, fotografias de antes e depois para relatar o dano estético sofrido pela pericianda.
Luiz critica o cirurgião que tentou padrononizar o nariz de Tânia Mara para que ficasse parecido com de uma freira, o que, para Luiz, tornou a face de Tãnia desproporcional. Como ilustrado na pág 31 onde ele explica que o sub-septo estava em uma posição normal antes da cirurgia e após a cirurgia o sub-septo estava completamente fora do ponto estético. Outro exemplo é que na página 34 ele demostra que o nariz ficou mais curto do que o normal
Curiosidade: A fotografia de Luiz presente no início do nosso museu está impressa nessa obra.

Odontologia-Legal
Identificação do cadáver de uma desconhecida pelos exames prosopometrico e prosopographico (1938)
Um ano após identificar o desconhecido de Collegno, o professor Lustoza se dedicou à identificação do cadáver de uma mulher. A possível vítima era Anna Victor ou Anna Benedicta, cujo corpo foi encontrado próximo ao campo de esportes do Club Syrio Libanez. A obra apresenta um laudo organizado em Histórico, Descrição e Conclusão, incluindo quesitos e suas respectivas respostas. Neste laudo, a identificação foi conduzida através da análise do tipo facial, estudo prosopográfico da face da pericianda e da sobreposição de fotografias ante mortem e post mortem que apresentava uma qualidade impressionante

Odontologia-legal
Dois ladrões identificados por um pedaço de maçã (1939)
Nesta obra, o autor apresenta um laudo de perícia odontológica de sua própria autoria. Luiz relata que recebeu um ofício acompanhado por um pedaço de maçã que continha duas dentadas (impressão de apenas um dos arcos dentais) e uma mordida (impressão de ambos os arcos dentais). Os exames foram realizados nos laboratórios da Seção de Odontologia Legal do Serviço de Identificação de São Paulo. Após elaborar os moldes de gesso dos suspeitos, o autor concluiu que as marcas de mordida pertenciam a duas pessoas distintas: a mordida n° 1 a S.N. e as mordidas n° 2 e 3 a W.A.

Estudo odonto-legal prosopográfico sôbre o padre Diogo Antônio Feijó (1943)
No centenário da morte do padre Diogo Antônio Feijó, o professor Luiz Lustosa Silva realizou um exame odonto-legal, utilizando métodos como craniometria e prosopometria. O estudo resultou em um laudo pericial detalhado, permitindo ao leitor analisar os dados do crânio do falecido e seus retratos. A pesquisa culminou na criação de um busto esculpido por José Cucé, que representa as conclusões científicas de Lustosa. A obra, ricamente ilustrada, oferece um panorama da Odontologia Legal brasileira da década de 1940.
Após analisar sete retratos do padre Feijó, Lustosa selecionou aqueles que melhor correspondiam ao crânio estudado, permitindo uma reconstrução prosopográfica. O estudo foi finalizado com o registro fotográfico do busto e a inscrição: “Padre Diogo Antônio Feijó, Senador e Regente do Império Brasileiro. Bronze executado sob os princípios de reconstituição crânioprosopográfica da Odontologia Legal

A Fragilidade das
Provas Genéticas de Filiação (1943) (Estudo médico-legal)
À luz da Odontologia-Legal
A obra "A Fragilidade das Provas Genéticas da Filiação à Luz da Odontologia-Legal" de 1943 é uma resposta ao trabalho do Prof. Dr. Antônio Ferreira de Almeida Júnior ao qual deu ao médico a cátedra de Medicina-Legal da douta Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Escrita por Luiz Lustosa, desafia a Medicina Legal ao afirmar a autonomia da Odontologia Legal como uma ciência independente, essencial nos casos de determinação de filiação. Lustosa critica a abordagem do Prof. Dr. Antônio Ferreira de Almeida Júnior, que em sua tese questiona a eficácia dos métodos odontolegais na análise da hereditariedade. Lustosa rebate com vigor, argumentando que a Odontologia Legal, ao contrário da Medicina Legal, não depende de elementos subjetivos e baseia-se em métodos científicos rigorosos, como a prosopometria e a prosopografia.
Ele sustenta que a Odontologia Legal oferece resultados precisos e confiáveis, desprovidos de influências externas ou pessoais, e conclui que essa ciência é capaz de complementar e, muitas vezes, corrigir as falhas da Medicina Legal em questões de filiação. A obra reflete o empenho de Lustosa em consolidar a Odontologia Legal como uma disciplina fundamental e autossuficiente na justiça.

1º Congresso Panamericano de Medicina e Odontologia Legal e Criminologia
(1946)
O livro “Primeiro Congresso Pan-Americano de Medicina Legal e Odontologia legal e Criminologia” é uma coletânea dos trabalhos e discussões apresentados durante o Congresso Panamericano, que foi realizado na Academia de Ciências Médicas Físicas e Naturais, dos dias 2 a 8 de setembro de 1946, em Havana, na Cuba. Este evento foi crucial para a consolidação e o avanço das áreas de medicina legal, odontologia legal e criminologia na América Latina e nas Américas em geral.
Luiz Lustosa da Silva ficou conhecido como o criador da Odontologia Legal após marcante participação no Congresso Pan-Americano, onde discursou delimitando as bases científicas que tornaram a disciplina uma área independente da Medicina Legal.
O livro conta com cerca de 644 páginas e traz diversas considerações apresentadas pelo Luiz Lustosa da Silva, com: “A determinação da idade pelo aparelho dentário (valor desta prova perante a lei)”, “Conteúdos e limites da Odontologia Legal”, “Considerações sobre Odontologia Legal e os acidentes de trabalho” e “Odontologia Legal e Criminologia”.

Investigação de Paternidade
As provas odonto-legais e médico-legais das semelhaças hereditárias (1947)
Nesta separata dos Arquivos da Polícia Civil de São Paulo de 1947 Lustosa escreve sobre vários assuntos, mas antes, alerta o leitor parafraseando o grande mestre Lezama “Se não és odonto-legista não entres aqui”. Nessa obra apresenta uma análise aprofundada das metodologias empregadas na investigação de paternidade por meio de provas odonto-legais e médico-legais.
Luiz Lustosa discute como as características hereditárias podem ser identificadas e comparadas através de exames detalhados, destacando a importância da precisão e do rigor científico nesses processos. Baseado nos arquivos da polícia civil de São Paulo, o livro abrange a investigação de paternidade entre as páginas 290 e 375, com ênfase no papel da odontologia legal na análise e classificação das "semelhanças hereditárias".
Além disso, o livro destaca a relevância da análise matemática na odontologia legal, com teoremas e traçados prosopométricos discutidos nas páginas 302 a 304. Esses procedimentos são complementados por teorias hereditárias, hipóteses genéticas e estudos sobre grupos sanguíneos, culminando em uma revisão de literatura na página 362, que inclui estatísticas relacionadas à hereditariedade.

Investigação de Paternidade (1949)
Nesta obra, Lustosa apresenta um caso de investigação de paternidade realizado no Serviço de Identificação do Gabinete de Investigações da Polícia de São Paulo, envolvendo Dona Amélia Maria da Conceição e o Sr. João de Oliveira Christe.
O perito odontolegista utilizou métodos de exame comparativo, prosopográfico e prosopométrico no "confronto fisionômico". Também foram considerados exames das propriedades sanguíneas (realizados por outro perito), além de características mendelianas, morfológicas, funcionais, fisiológicas e psíquicas. Regiões específicas como o lóbulo da orelha, cor dos olhos, pele, cabelos, dentes, cristas papilares digitais, manchas mongólicas, anomalias e outras particularidades hereditárias foram minuciosamente analisadas. As comparações foram feitas utilizando fotografias reais dos envolvidos.
Na conclusão, Lustosa afirmou que Maria da Conceição era, de fato, filha do Sr. João de Oliveira Christe, conforme respondido nos quesitos periciais presentes no final da obra.

Hereditariedade
Ergon x Gene (1954)
O livro, com 241 páginas, é dividido em duas partes. Na primeira, Lustosa aborda as teorias da genética moderna (à época), explorando conceitos como a energia vital, a vida e as peculiaridades individuais, entre outras teorias relevantes. A segunda parte resume as principais teorias relacionadas ao determinismo, à energia vital, à interação entre gene e átomo, e a relação entre Ergon e gene. Lustosa discute a interação entre fatores genéticos e ambientais no desenvolvimento de características humanas, destacando como a genética (gene) e as influências do ambiente (ergon) contribuem para a hereditariedade e a expressão de traços específicos. No contexto da odontologia legal, o livro enfatiza como fatores hereditários e ambientais podem afetar as características dentárias e craniofaciais. Lustosa finaliza com uma reflexão sobre a responsabilidade intelectual, reconhecendo que a diferença entre o título e o conteúdo será ajustada por futuros estudos realizados por ”mentes” mais habilidosas e competentes”, apontando que o trabalho foi escrito como "notas prévias" sem a pretensão de esgotar o tema.
Curiosidade: Ergon é um termo grego que significa "trabalho" ou "função". No contexto do livro de Luiz Lustosa, pode estar relacionado ao conceito da influência ambiental ou funcional que interage com a genética na expressão de características humanas, explorando como ambiente e atividade (ergon) influenciam a hereditariedade e traços específicos.

Ocorrências Genéticas (1957)
Nesta Separata dos “Arquivos de Medicina Naval n° 63” o autor discute as contradições da genética moderna. Ele afirma que a energia humana vem dos fosfolipídeos no corpo, e que a descoberta da energia atômica pode desafiar as ideias da genética atual.
Ele menciona que a ocorrência de hemofilia em mulheres, transmitida pelos pais, contradiz a genética clássica, que dizia ser uma condição transmitida pelas mães. Além disso, ele critica a antiga afirmação de que humanos têm 48 cromossomos, corrigida para 46 por pesquisas recentes em 1956.
O autor conclui que a genética é baseada em hipóteses que mudam com novas descobertas, mostrando a fragilidade da estrutura genética moderna.

Lembrança dos alunos de Odontologia de Pernambuco (1962)
Em agosto de 1962, o Prof. Luiz Lustosa da Silva ministrou um Curso de Especialização em Odontologia Legal em Pernambuco. Como forma de agradecimento, Lustosa recebeu uma lembrança, semelhante a um "diário", com as assinaturas de 113 alunos. A Revista Brasileira de Odontologia Legal (RBOL), em uma publicação de 3 de agosto de 2017, detalha que o Curso de Especialização em Odontologia Legal, ministrado em Recife (PE), contou com 151 participantes e teve uma duração de duas semanas. Os assuntos abordados no curso incluíram o caso de Collegno e sua relação com a Odontologia Legal, a estética facial dentro do contexto da Odontologia Legal, a identificação odontolegal por meio da prosopografia e prosopometria, a investigação odontolegal de paternidade e a apresentação de casos resolvidos pela polícia de São Paulo.
Curiosidade: Ao término do curso, o Prof. Luiz Lustosa foi honrado com o título de doutor honoris causa pela Faculdade de Odontologia de Pernambuco.

Oração aos Cirurgiões-Dentistas (1965)
da Faculdade de Odontologia de Pernambuco
Em seu discurso no Teatro Santa Isabel, Recife, em 11 de dezembro de 1965, o professor Luiz Lustosa da Silva destacou a emancipação da Odontologia em relação à Medicina, afirmando enfaticamente: "A Odontologia é domínio do Cirurgião-Dentista!"
O paraninfo relembrou sua contribuição à Odontologia Legal, mencionando o Congresso Panamericano de Medicina Legal, Odontologia Legal e Criminologia de 1946, em Havana, onde enfrentou críticas e desafios com o apoio de sua esposa, Azálea Rosado Silva. No evento, vinte nações reconheceram o Brasil como o berço da Odontologia Legal, consolidando-a como uma ciência mundialmente aceita.
Ele também destacou a importância histórica da Odontologia Legal no Brasil, desde a inclusão da disciplina no currículo odontológico paulista em 1928 até sua obrigatoriedade em todo o país a partir de 1931.
No final, o professor criticou severamente áreas como Sociologia, Paleontologia, Antropologia e Genética, apontando equívocos históricos, como a crença de que a ausência de certos dentes poderia determinar o destino de uma mulher na prostituição. Reafirmando sua visão, ele concluiu com a poderosa declaração: "A Odontologia é domínio do Cirurgião-Dentista."

Odontologia-Legal
Investigação de paternidade pelos exames prosopométrico e prosopográfico (Sem ano)
Este livro relata uma perícia conduzida por Luiz Lustosa em 1935, onde ele aplicou metodologias inovadoras de investigação de paternidade por meio de exames prosopográficos e prosopométricos. Lustosa defende que odontolegistas são os mais qualificados para esses estudos comparativos, graças ao seu profundo conhecimento em ortodontia, prótese dentária e anatomia. Ele destaca a relevância desses profissionais na análise de documentos humanos e fotografias, crucial para testes de paternidade.
A partir da página 7, o livro apresenta o laudo detalhado do caso, explicando minuciosamente as técnicas utilizadas e confirmando as semelhanças hereditárias entre Raul de Oliveira e Alfredo de Oliveira, comprovando a paternidade. Entre as páginas 24 e 47, são exibidas fotografias das pessoas envolvidas, ilustrando as técnicas com precisão.
Exame Prosopográfico: Avalia características faciais, como a posição dos elementos do rosto, para identificar indivíduos a partir de imagens ou descrições.
Exame Prosopométrico: Consiste em medições precisas de partes do rosto para uma comparação objetiva.
Curiosidade: "Prosopo" origina-se do grego "prósōpon", que significa "rosto" ou "face".

Originaes de
Odontologia Legal (1965)
Funamento Sociologico da Higiene Dentaria
A obra de Luiz Lustosa, embora sem datação explícita, é situada após 1941, baseando-se em referências a notícias do jornal "A Gazeta" do início dos anos 40. Lustosa diferencia higiene, como um conjunto de princípios para a preservação da saúde, da profilaxia, que busca prevenir doenças. O livro aborda infecções e doenças dentárias, destacando seus impactos negativos na saúde.
Ele inclui pesquisas de congressos odontológicos latino-americanos sobre a importância dos cirurgiões-dentistas na manutenção da saúde e prevenção de doenças como tuberculose, amigdalites e distúrbios gastrointestinais. Na página 20, Lustosa discute um estudo apresentado em Londres sobre "A sepsia dentária como causa predisponente do câncer", enfatizando a relevância da higiene bucal.
Outro ponto importante é a discussão na página 40 sobre a relação entre higiene dentária e questões econômicas, introduzindo uma perspectiva sociológica que conecta a higiene odontológica ao crime. Lustosa utiliza o exemplo de Casanova para ilustrar essa correlação e explora fundamentos sociológicos da higiene bucal.
A obra é concluída na página 100 com uma síntese dos 12 pontos principais discutidos ao longo do livro.
Tá na USP!
Na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto encontramos diversos pertences de Luiz Lustosa: Mais de 20 livros originais do autor em bom estado de conservação, sua cadeira odontológica e a sua autoclave!
















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